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É possível consistentemente bater o CDI?

A discussão entre gestão ativa e gestão passiva é uma das mais acaloradas do mercado financeiro. Ao longo das últimas décadas, centenas de papers acadêmicos, matérias jornalísticas e cartas de gestores têm debatido essa questão, tanto no Brasil quanto internacionalmente. Um exemplo anedótico clássico é a aposta de um milhão de dólares de Warren Buffet, o renomado investidor americano e CEO da Berkshire Hathaway, frequentemente chamado de oráculo de Omaha. Ele desafiou o mercado ao apostar que um fundo índice replicando o S&P 500 superaria um portfólio de hedge funds selecionados pela gestora americana Protégé Partners. Ao término de dez anos, o fundo índice rendeu 8,5% ao ano, enquanto o portfólio de hedge funds alcançou apenas 2,4%.

Este debate no mercado financeiro é sustentado por argumentos robustos de ambos os lados. Defensores da gestão ativa argumentam que, através de análises aprofundadas e estratégias de market timing, é possível superar índices passivos. Em contrapartida, os proponentes da gestão passiva, especialmente de ETFs, apontam que, após descontar taxas e custos, a maioria dos gestores ativos não consegue superar o mercado consistentemente. Estudos da Morningstar, por exemplo, mostram que apenas cerca de 24% dos fundos ativos superaram seus benchmarks passivos ao longo de 10 anos.

No Brasil, a métrica de comparação frequentemente utilizada é o CDI. Um levantamento recente da Economatica revelou que, dos 723 Fundos Multimercados (FIM) analisados entre junho de 2020 e junho de 2023, 407 não conseguiram superar o CDI. Isso significa que 56% desses fundos, mesmo antes de considerar taxas de administração, não entregaram retornos acima do benchmark.

O desafio de superar o CDI é amplificado pelo cenário econômico brasileiro, que historicamente apresenta taxas de juros entre as mais altas do mundo. No entanto, existem outliers. Pedro Albuquerque, CEO do TC, é um exemplo notável. Entre 2014 e 2021, seu fundo exclusivo apresentou uma performance impressionante. Agora, sob a gestão da Pandhora Investimentos, o desafio é replicar esse sucesso em um fundo aberto.

O novo fundo, Cosmos, embora não tenha Pedro como gestor principal, busca incorporar sua metodologia de investimento. A estratégia combina análises top-down, considerando o ambiente macroeconômico, com análises bottom-up para selecionar ativos com a melhor relação risco-retorno. Além disso, o fundo se beneficia da expertise de traders, que identificam oportunidades geradas por distorções de curto prazo no mercado, uma das marcas registradas da estratégia.

Em seus primeiros 12 meses, o Cosmos já mostra sinais promissores, com uma performance que supera significativamente o CDI e outros fundos multimercados. A combinação de uma sólida estratégia de investimento com uma equipe experiente sugere um futuro brilhante para o fundo.